No curto prazo, porém, Tombini afirma que ainda há 'pressão de demanda'.
'Não fazemos política monetária por analogia internacional', afirma ele.
O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou nesta terça-feira (5), durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal, que a taxa básica de juros da economia brasileira, atualmente em 12,25% ao ano, o maior patamar desde o início de 2009, começará a recuar em "algum momento no futuro".
O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.
"Lá na frente, não vai ter motivo para ter uma taxa tão diferente de outros países (...) O Brasil tem evoluído ao longo do tempo. Já convergimos em várias áreas da macroeconomia e vamos convergir também nessa no futuro. Em algum momento lá na frente, será possível iniciar esse processo [de redução dos juros]", disse Tombini.
A expectativa dos economistas do mercado financeiro, porém, é de que a taxa comece a recuar somente em 2013. A estimativa dos analistas é de um novo aumento nos juros em julho deste ano, para 12,50% ao ano, sua manutenção neste patamar até o fim de 2012 e redução somente no decorrer do ano seguinte, para 11% ao ano no fechamento de 2013.
O BC calibra sua política para a taxa básica de juros, que já subiu em quatro oportunidades neste ano, para atingir metas de inflação pré-determinadas. Para 2011, 2012 e 2013, a meta central é de 4,5%, com base no IPCA, mas pode oscilar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida - por conta do intervalo de tolerância existente.
De acordo com o presidente do Banco Central, é preciso assegurar, no curto prazo, a convergência da inflação para a meta central. O objetivo do BC é que a convergência aconteça, em um ano fechado, somente em 2012. Para este ano, sua previsão é de um IPCA de 5,8% e, para 2012, de 4,8% - valor mais próximo à meta central.
"Fizemos um avanço em relação ao passado. As taxas hoje, mesmo em ciclo de aumento, há uma tendência de redução dos juros reais [após o abatimento da inflação prevista para os próximos 12 meses] ao longo do tempo. Outros países têm outras situações. Não fazemos política monetária [definição dos juros] por analogia internacional", declarou. Atualmente, os juros reais brasileiros são os mais elevados do planeta. Segundo Tombini, ainda há "pressão de demanda" por produtos e serviços.
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